ATA DA QÜINQUAGÉSIMA SESSÃO SOLENE DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 17-10-2000.

 


Aos dezessete dias do mês de outubro do ano dois mil reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezenove horas e vinte minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Hermenegildo Fração, nos termos do Projeto de Lei do Legislativo nº 079/00 (Processo nº 1262/00), de autoria do Vereador João Carlos Nedel. Compuseram a MESA: o Vereador João Dib, presidindo os trabalhos; o Senhor José Carlos Felizberto, representante do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Deputado Estadual Jorge Gobbi, representante do Deputado Federal Nelson Marchezan; o Major Jarbas Rogério Vanim, representante do Comando-Geral da Brigada Militar; o Senhor Adir Luiz Fração, Presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas do Rio Grande do Sul - SETCERS; o Senhor Sérgio Kaminski, Vice-Presidente da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas; o Senhor Hermenegildo Fração, Homenageado; a Senhora Dulce Maria Fração, esposa do Homenageado; o Vereador João Carlos Nedel, na ocasião, Secretário "ad hoc". A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e, após, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador João Carlos Nedel, em nome das Bancadas do PTB, PSDB, PSB, PPS, PT e PPB, discorreu sobre aspectos relativos à vida pessoal e profissional do Senhor Hermenegildo Fração, destacando o caráter empreendedor de Sua Senhoria no desempenho de suas atividades comerciais e justificando os motivos que levaram Sua Excelência a propor a presente homenagem. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou o recebimento de correspondências alusivas à presente homenagem, enviadas pelo Senhor Valdir Fração; pelo Senhor Ricardo Portela Nunes, representante da Construtora Sultepa S.A.; pelo Senhor César Augusto Gehm, representante da Câmara de Comércio e Indústria de Santa Maria; pelo Senhor Augusto de Cesaro, representante da Comercial Unida de Cereais; pelo Senhor João Airton Andreis, representante da Sulina S.A. - Comercial, Agropecuária e Participações; pelos Senhores Sérgio S. Saraiva, Rafael Pezzella e José Paulo Dornelles Cairoli, representantes da Distribuidora de Produtos de Petróleo Ipiranga; pelo Senhor Leonel Domingos Bortoncello, representante da Savar Veículos; pelos Senhores Mauro e Fátima Knijnik; pela Senhora Carmen Ferrão, representante da Lins Ferrão e Cia. Ltda.; pelo Senhor Henrique Hemesath, representante da Construtora Ernesto Woebcke; pelo Senhor Paulo Renato Ketzer de Souza, representante da Parks S.A. - Comunicações Digitais; pelos Senhores Miguel e Ilza Muratore; pela Deputada Estadual Maria do Carmo; pelo Senhor Alfonso Henrique Zapparolli e Família; pelas equipes da IBS Auditoria e Consultoria e da Vasconcellos Chaves & Portela Nunes Advogados Associados; pela Senhora Maria Cristina Lins Portela Nunes; pelos Senhores Carlos Batista e Verlaine da Silva, representantes da CBS Administração e Participações; pelo Senhor Raul Anselmo Randon, representante da Randon; pelo Senhor Arno Roberto K. Horn, representante do Rotary Internacional; pelo Senhor Antônio Damico; pelos Senhores Glaucio Serra e Laury Johnson, representantes da Brazil Customer Center Distribuition; pelo Deputado Federal Nelson Marchezan; pelo Senhor Victor Faccioni; pelo Senhor Humberto Ruga, representante da Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Sul - FEDERASUL; pelo Senhor Fúlvio Araújo Santos; pela equipe da Expresso Mercúrio - filial e regional de São Paulo; pelo Senhor Carlos Alberto Kroeff, representante da Memphis S.A.; pelo Senhor Ivo José Dietrich; pelo Senhor Carlos Bacchim e Família; pelo Senhor Renato Bernhoeft; pelo Senhor Luiz Paulo L. Jardim, representante da Dipesul Veículos; pela equipe da divisão de recursos humanos da Expresso Mercúrio Ltda.; pelo Senhor Olavo Jorge Kuhn; pelo Senhor Fernando José Fuscaldo, representante da Motobras Veículos Ltda.; pelo Deputado Estadual Otomar Vivian, Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Em prosseguimento, foi dada continuidade às manifestações dos Senhores Vereadores. O Vereador Isaac Ainhorn, em nome da Bancada do PDT, afirmou a justeza da homenagem hoje prestada ao Senhor Hermenegildo Fração, declarando que a competência e capacidade profissional do Homenageado são externadas através da trajetória pessoal de Sua Senhoria em defesa de movimentos sociais e comunitários em Porto Alegre. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do PFL, parabenizou ao Senhor Hermenegildo Fração, reportando-se à aprovação unânime do Projeto de Lei que concedeu o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre à Sua Senhoria e referindo-se à importância do trabalho desenvolvido pelo Homenageado no setor de transportes de cargas no País. O Vereador Fernando Záchia, em nome da Bancada do PMDB, externou seu apoio à iniciativa do Vereador João Carlos Nedel em propor a presente homenagem, destacando o reconhecimento deste Legislativo à contribuição do Senhor Hermenegildo Fração para o crescimento das atividades empresariais exercidas no Estado do Rio Grande do Sul. A seguir, foi exibido um documentário, em vídeo, sobre a vida do Homenageado. Após, o Senhor Presidente convidou o Vereador João Carlos Nedel e o Senhor José Carlos Felizberto a procederem à entrega, ao Senhor Hermenegildo Fração, da Medalha e do Diploma referentes ao Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre, concedendo a palavra ao Homenageado, que agradeceu o Título recebido. Na ocasião, o Senhor Presidente informou que o Homenageado recepcionaria os convidados com um coquetel, a ser realizado na Avenida Cultural Clébio Sória. A seguir, o Senhor Presidente convidou os presentes para ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense, agradeceu a presença de todos e, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos às vinte horas e trinta e oito minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador João Dib e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel, como Secretário “ad hoc”. Do que eu, João Carlos Nedel, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (João Dib): A presente Sessão Solene é destinada a homenagear o Sr. Hermenegildo Fração, nos termos do PLL nº 079/00, de autoria do Ver. João Carlos Nedel.

Convidamos para compor a Mesa o Sr. Hermenegildo Fração, nosso homenageado; o representante do Prefeito Municipal, o Sr. José Carlos Felizberto; a digníssima esposa do homenageado, Sra. Dulce Maria Fração; o Sr. Dep. Estadual Jorge Gobbi, representando a Assembléia Legislativa do nosso Estado e, também, o Dep. Federal Nelson Marchezan; o representante do Comando-Geral da Brigada Militar, Major Jarbas Rogério Vanim; o ilustre Presidente do Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários de Cargas do Rio Grande do Sul, Sr. Adir Luiz Fração e o Vice-Presidente da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas, Sr. Sérgio Kaminski, meu pupilo.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Executa-se o Hino Nacional.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Dib): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, falará como proponente e em nome dos Partidos: PTB, PSDB, PSB, PPS, PT e PPB.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu gostaria de saudar e de citar os familiares do nosso homenageado, os filhos Ernani Carlos, Gilberto Antônio, Paulo César, Maria Angélica, Maristela e Hermenegildo Fração Júnior; as noras, Maria Ivonete, Solange Miriam, Tânia Maria e Adriana Moratori Fração; os genros Bayard Sanches, Alexandre Cortês; os netos e netas, Ernani Carlos Fração Júnior, Letícia Fração, Mariana, Lívia Fração Sanchez, a Manuela e o Luiz Felipe Fração Cortes e o Mateus Fração. Nós sabemos o quanto defendemos a família. Senhoras, Senhores, Vereadores, Vereadoras, amigos do homenageado, demais autoridades.

O escritor Moacyr Scliar em suas crônicas através do jornal Zero Hora costuma apresentar nomes de pessoas que, aparentemente, condicionam a vida dessas pessoas, de forma curiosa e interrogadora. E o homem que hoje aqui recebe o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre, homenagem justíssima que esta Casa lhe presta, a meu requerimento, parece ser um claro caso dessa natureza. Todos entendem, com certeza, que estou-me referindo a Hermenegildo Fração.

De uma parte Hermes, o deus grego, filho de Zeus e de Maia, inventor da lira, o mensageiro dos deuses, guia dos heróis aventureiros e dos viajantes perdidos e que, na mitologia romana, corresponde a Mercúrio, deus da indústria e do comércio. Curiosamente, Hermenegildo (ou Hermes para os mais próximos) veio a presidir uma empresa, que sequer foi fundada por sua família, mas que, já de início, tinha o nome de Mercúrio, e cuja atividade, especialmente nos dias de hoje, só pode ser exercida por verdadeiros heróis, amantes da aventura, desprendidos viajantes desbravadores de caminhos muitas vezes desfavoráveis.

E de outra parte Fração que identifica a parte ou a divisão de um todo. Hermenegildo Fração é o protótipo dessa imagem dividida, a que é necessário o homem moderno submeter-se, a fim de poder cumprir, com eficácia, os múltiplos papéis que desempenha no dia-a-dia, em seu viver social e familiar.

A revista Transporte Moderno, em reportagem publicada em outubro de 1999, afirmava que “a personalidade de Hermenegildo Fração pode ser dividida em três partes iguais: há um terço de Fração que é família, um terço de Fração que é trabalho e um terço de Fração que é fé. Esses três terços se completam e formam um Hermenegildo Fração que é inteiro transporte.”

Eu gostaria de fazer um pequeno reparo ao autor da reportagem. Não são três terços que se completam, mas frações de um todo que não se divide.

Pessoalmente, como amigo e companheiro, vejo a personalidade do Hermes de modo diferente. Vejo-a como um todo sistêmico, cada campo agindo em função de si próprio, mas simultaneamente interessado nos demais, de modo quase devocional. Fração, neste caso, é sinônimo perfeito de integridade, sob todos os pontos-de-vista. Mas, quando se trata de compromisso social do empresário cristão, Fração significa também divisão, pois na Mercúrio, onde vige a doutrina social cristã, parte do resultado da empresa é distribuída entre os mais de quatro mil funcionários, em todo o Brasil, sendo mil funcionários só em Porto Alegre. Foi em reconhecimento a seus méritos como empresário de transportes que foi escolhido como Empresário do Ano, em evento promovido pela revista Transporte Moderno, em outubro do ano passado.

Foi por seus méritos como empresário cristão que recebeu, em 1994, o título de Empresário Cristão do Ano, da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas do Rio Grande do Sul.

É por seus méritos como cidadão desta Capital, para onde transferiu sua empresa e onde reside com sua família, desde 1976, que a Câmara Municipal de Vereadores de Porto Alegre, nesta oportunidade, lhe concede o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre.

Quero, agora, falar um pouquinho, com exclusividade, para o Hermes e sua família.

Meus queridos amigos e irmãos em Cristo. Raras vezes tive tanta emoção com a que sinto neste momento. Pois vejo, aqui e agora, manifestar-se, de forma inequívoca, a graça de Deus, só reconhecível entre os homens de fé pura e coração simples, como é o teu caso, Hermenegildo. Graça de Deus que se faz presente, no teu testemunho, meu caro Hermes, para servir de exemplo aos homens de hoje, assim como aos que hão de vir, para que saibam que os valores maiores da família e da sociedade, apoiados na fé, haverão sempre de prevalecer sobre as incertezas e as tentações deste mundo hoje hedonista e materializado.

Graça de Deus que se traduz em gestos concretos, como é o caso do apoio que nos deste para viabilizar a instalação de uma Capela nesta Câmara de Vereadores e que será brevemente inaugurada.

Que o Senhor te abençoe Hermenegildo, te dê longa vida e muita paz no coração, juntamente com tua querida família, de cuja amizade tenho a alegria de desfrutar.

A população da Cidade se honra em te receber como um de seus cidadãos honorário, te aplaude, te abraça e te diz: Bem-vindo, Hermenegildo Fração, novo Cidadão Honorário de Porto Alegre! Parabéns. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Dib): A Mesa registra as seguintes mensagens de felicitações enviadas ao nosso homenageado: da COFRAN, Sr. Valdir Fração; da Construtora Sultepa, Sr. Ricardo Portela Nunes; da Câmara de Comércio e Indústria de Santa Maria, Sr. César Augusto Gehm; da Comercial Unida de Cereais, Sr. Augusto de Cesaro; da Sulina S/A Comércio, Agropecuária e Participação, Sr. João Airton Andreis; da Distribuidora de Petróleo Ipiranga, Srs. Sérgio Saraiva, Rafael Pezzella e José Paulo Dornelles Cairoli; da Savar Veículos, Sr. Leonel Domingos Bortoncello; do Sr. Mauro e Fátima Knijnik; da Lins Ferrão e Cia. Ltda., Sr.ª Carmen Ferrão; da Construtora Ernesto Woebcke, Sr. Henrique Hemesath; do representante da Parks S/A Comunicações Digitais, Sr. Paulo Renato Ketzer de Souza; do Sr. Miguel e Ilza Muratore.; da Deputada Estadual Maria do Carmo; do Sr. Alfonso Henrique Zapparolli e Família; das Equipes IBS – Auditoria e Consultoria e da Paulo Vasconcellos Chaves & Portela Nunes Advogados Associados; da Sr.ª Maria Cristina Lins Portela Nunes; da CBS Administração e Participações, Sr.ª Verlaine da Silva e Sr. Carlos Batista da Silva; da Randon, Sr. Raul Anselmo Randon; do Rotary Internacional, Sr. Arno Roberto K. Horn; da AJUREM, Sr. Antônio Damico; da Brazil Customer Center Distribuition Manager, Srs. Glaucio Serra e Laury Johnson; do Deputado Nelson Marchezan; do Sr. Victor Faccioni, atual Conselheiro do Tribunal de Contas; da Federação das Assocaições Comerciais do Rio Grande do Sul - FEDERASUL, Sr. Humberto Ruga; do Sr. Fúlvio Araújo Santos; Equipe do Expresso Mercúrio - filial e a regional de São Paulo; da Memphis S/A, Sr. Carlos Alberto Kroeff; do Sr. Ivo José Dietrich; do Sr. Carlos Bacchim e Família; do Sr. Renato Bernhoeft; da Dipesul Veículos, Sr. Luiz Paulo L. Jardim; da equipe da Divisão de Recursos Humanos do Expresso Mercúrio Ltda.; do Senhor Olavo Jorge Kuhn; do Senhor Fernando José Fuscaldo, representante da Motobras Veículos Ltda. e do Deputado Estadual Otomar Vivian, Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul.

O Ver. Isaac Ainhorn falará em nome da Bancada do PDT.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O Título do Hermenegildo Fração é um título que todo mundo gostaria de apresentar. Fração é uma figura admirada na Cidade, respeitado no Estado e, nacionalmente, é uma figura de expressão na sua área, o transporte de carga.

Por isso, eu o saúdo e me integro à iniciativa desse amigo e Vereador, João Carlos Nedel, iniciativa essa muito feliz. Mas é óbvio que eu tenho que ter uma divergência com o Ver. João Carlos Nedel, porque o Hermenegildo Fração não é um terço família, ele é cem por cento família; ele não é um terço trabalho, ele é cem por cento trabalho; e ele não é um terço um homem de fé, ele é cem por cento um homem de fé. Esse é o seu perfil. Tive a honra de conhecê-lo e, além de ser uma figura singular, ele é a expressão de um dos segmentos mais importantes deste País. É um segmento sofrido, que enfrenta dificuldades, mas que não se entrega, falo do transporte de carga, sem o qual este País pára. Literalmente, pára.

Por isso, relembro a época em que conheci o Fração, foi em 1985, eu era Suplente de Vereador, segundo Suplente e, finalmente, teríamos eleições diretas para Prefeito de Porto Alegre. Houve uma reunião-almoço com o meu candidato, naquela oportunidade e eu estava louco que o meu candidato se elegesse, porque eu era o segundo Suplente, e a chance que eu tinha de assumir como Vereador era o meu candidato se elegendo. Fui lá no Sindicato, meio humilde, modesto, estava lá o Fração, era o Presidente, e eu chegando ali, conversando, fui muito distinguido. O meu candidato ganhou as eleições para a Prefeitura em 1985, assumiu em 1986, todo mundo já sabe quem é o candidato, mas o meu candidato ganhou as eleições e eu comecei, desde aquele período, a ter uma integração muito grande com o setor do transporte de cargas, porque é um dos setores mais extraordinários.

Por isso, que quando se homenageia - aqui nesta Casa, no Legislativo Municipal - o Hermenegildo Fração estamos homenageando também o transporte de carga do Rio Grande do Sul e do Brasil. É o reconhecimento desse segmento da vida nacional e todo mundo conhece esta empresa. Cada empresa de transporte de carga é uma saga, é uma história que mereceria certamente uma parte de “O Tempo e o Vento”. São os Fração, são os Reischeldt, são os Silvano, são os Luft, são os Michelon, que é nome de rua aqui na nossa Cidade, gente que veio da raiz do trabalho, gente que forjou seu capital através do trabalho, naquela concepção de geração de riqueza que foi pensada, refletida e teorizada por Alberto Pasqualini. É essa gente, Fração, que hoje é homenageada na tua figura.

Em 1985 eu te conheci, desde então eu tenho esse vínculo, que me orgulha muito - a exemplo de outros Vereadores desta Casa - com esse segmento importante da vida do nosso País, que é o transporte de carga. Por isso tenho a alegria de ver o Fração, oriundo da serrinha de Jaguari, terra de vinho bom, e, quando eu estava lá nascendo, o Fração já estava trabalhando, lá pelos idos de 1946. Em 1949, já estavam ele e os irmãos administrando esta extraordinária empresa que está aí. Como nos orgulhamos! Quando andamos pelas estradas do Rio Grande do Sul, vemos aqueles caminhões da Expresso Mercúrio recortando as estradas brasileiras, fazendo com que a riqueza circule, com que haja trabalho. Há quatro mil empregados dentro desta empresa, abrindo mercado. É uma empresa que investe e reinveste todos os seus lucros nela própria, acredita na sua instituição, investe em tecnologia e modernização. É uma empresa que acredita nessas coisas. É por isso que ela está como uma líder no setor. O Fração, com a sua família, com os seus sobrinhos, com essa estrutura extraordinária da Mercúrio, honra Porto Alegre, honra o Rio Grande. Só o que eu narrei bastaria para ele ser reconhecido de Jaguari a Santa Maria e hoje em Porto Alegre como Cidadão de Porto Alegre, o que de fato ele já era e hoje sendo de direito, ungido a essa condição.

 No entanto há também um outro Fração que eu conheço, é o Hermenegildo solidário: sempre presente em todos os movimentos e lutas comunitárias na Cidade de Porto Alegre. Eu me refiro ao Fração solidário, humanista, cristão, homem atuante nas diversas áreas do movimento comunitário pelo braço do Rotary Clube São João. Eu conheço as atividades dessa instituição, até por integrar os seus quadros também, mas em outro clube.

É a esse homem, é a esse cidadão cem por cento família, cem por cento fé e cem por cento trabalho que, em nome do meu Partido, o PDT, eu rendo as minhas homenagens. Saúdo também o Ver. Nedel pela iniciativa e esta Casa por ter, finalmente, transformado, não só de fato como de direito, Hermenegildo Fração em Cidadão de Porto Alegre. Parabéns, Fração. Muito obrigado. (Palmas)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra. Fala em nome do Partido da Frente Liberal.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O protocolo da Casa determina que, nestas ocasiões, se reserve a um dos integrantes da Câmara Municipal a incumbência, quando não o privilégio, de ser o orador especial e fundamental da oportunidade. Hoje, como é tradição, essa incumbência foi delegada ao autor da Proposição, que enseja esta Sessão Solene de entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre a Hermenegildo Fração. Com todo o mérito, e sobretudo com muita inteligência e coração, ouvimos do homenageante principal, Ver. João Carlos Nedel, um pronunciamento marcado pela erudição, pela emoção, pelo conhecimento e, sobretudo, pela sensibilidade com que apreendeu, entre os inúmeros destaques que a sociedade porto-alegrense dispõe, a recolher essa fração de honestidade, de trabalho, de competência, de entusiasmo e fé, exatamente aquilo que caracteriza Hermenegildo Fração.

O Projeto de Lei, acolhido por esta Casa, de forma unânime, consagrado através da lei correspondente, permite reunirmo-nos hoje, de forma festiva, para procedermos esta justa homenagem.

Cabia ao Ver. Nedel, e ele fez muito bem, a homenagem principal que a Casa Legislativa deve ao seu homenageado em circunstâncias assemelhadas a esta. Não bastasse o brilho e o encantamento do pronunciamento do querido companheiro de trabalho Ver. Nedel, eis que o Ver. Isaac Ainhorn, com autoridade de companheiro de jornada do Hermenegildo Fração, rotarianos que são ambos, circunstâncias com as quais me integro de coração e alma, sobre ele complementar, se assim fosse cabível, o pronunciamento do Nedel, e enfatizar, pelo que, por um ângulo um tanto quanto diferente, toda essa circunstância que nos envolve no dia de hoje.

Por exemplo, a presidir os trabalhos da Casa o decano deste Legislativo, um amigo pessoal do Hermenegildo que as circunstâncias o colocaram na Presidência da Mesa dos trabalhos, o que transforma esta reunião mais solene ainda.

Todas essas circunstâncias, caro homenageado, impõe uma indagação: por que depois de tanto brilho dos pronunciamentos que ocorreram, insiste o Ver. Pujol, em nome do Partido da Frente Liberal, de também usar dessa palavra, nesta ocasião, quando a homenagem já transcorreu de uma forma tão sublime, tão encantadora, tão competente e tão exemplificativa do carinho que a Cidade de Porto Alegre tem para com a sua pessoa? Ocorre que nós, liberais, não recusamos a oportunidade de homenagear os competentes. Seria uma lamentável omissão se eu não viesse somar a minha palavra à palavra de todos aqueles que, ao longo do tempo, do DCE, do Rotary, nas entidades comunitárias às quais tu pertences, reconhecem a todo o dia, a toda a hora, o teu valor como homem que pelo trabalho conquistaste o espaço, consagraste a tua ação pela família e pelo exemplo que impuseste o respeito da sociedade.

Nós, os liberais, não recusamos essa oportunidade, porque gostamos de cantar hinos e louvores àqueles que se realizam pelo trabalho, pela fé, pela determinação e pela correção das atitudes. Só isso, e tão-somente isso, justifica a ousadia do nosso pronunciamento nesta hora, pois que, saudar a figura do homenageado com eloqüência, sabedoria e competência, meus colegas já o fizeram com brilhantismo até o presente momento.

Por isso, eu quero poupar palavras para abusar dos sentimentos, para mim é um orgulho muito especial, é uma satisfação que se plasma de forma absolutamente transparente, não consigo sequer esconder, nesta hora, que estou feliz, muito feliz, porque o meu companheiro de trabalho Ver. João Carlos Nedel com a sua sensibilidade, e os integrantes desta Casa, na sua totalidade, com a sua compreensão, entenderam, em um momento de rara inspiração, que marca e dignifica esta Legislatura, de te integrar na relação e na galeria dos Cidadãos Honorários de Porto Alegre. A Cidade de Porto Alegre deve, tem que perseguir, tem que buscar, tem que realçar aquelas pessoas que, vindas de todos os quadrantes desse Rio Grande, desse Brasil, quem sabe até do mundo, nos ajudam a construir, aqui, uma sociedade e uma cidade fraterna, humana e solidária. O nosso homenageado é, sem dúvida alguma, um exemplo, e nós em momento muito inspirado, conseguimos recolher para realçar e, sobretudo, para exemplificar perante toda a sociedade porto-alegrense, dizendo de forma clara e em bom-tom que os Vereadores que integram esta legislatura da Câmara Municipal foram inspirados, quando decidiram, unanimemente, fazer justiça a um homem que trabalha, a um homem que tem fé, que se dedica a família e que por isso precisa ser recolhido como um exemplo para a sociedade porto-alegrense, colocando-o em um lugar adequado, ou seja, na galeria dos Cidadãos Honorários de Porto Alegre.

Por isso, meu caro Hermenegildo, receba a minha modesta, porém sincera homenagem, de um liberal que exulta quando vê que há o reconhecimento das qualidades morais próprias daqueles que, pelo trabalho, realizam a vocação, constroem um caminho e servem à comunidade. Meus cumprimento e, ao mesmo tempo, muito obrigado por permitir-nos, pelo exemplo, oferecer a Porto Alegre esta possibilidade de bater palmas com entusiasmo pelo trabalho, pelo sucesso e pela vitória. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Dib): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra e falará em nome do Partido do Movimento Democrático Brasileiro.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Aqui foi dito pelos demais oradores, tudo o que representa o nosso homenageado, Sr. Hermenegildo Fração, para a Cidade de Porto Alegre, tudo o que fez com que essa iniciativa do Ver. João Carlos Nedel, aprovada de uma maneira unânime, de uma maneira fácil por esta Casa pela grandeza do homenageado. Tudo já foi ressaltado, tudo aquilo que caracterizou o chefe de família, o pai, o esposo, o avô, o empresário, o cidadão, mas, com certeza, é um dia especial para todos nós, para seus amigos. Mas tem um significado muito grande, sem dúvida, para quem vem lá de Jaguari e estabeleceu nesta Cidade uma história, uma família, conquistou, venceu, e hoje tem o reconhecimento oficial da Cidade. Isso, para nós, Vereadores, é extremamente importante, quando escolhemos aquelas pessoas que, para nós, são importantes pelo que representam para a nossa Cidade. Quando os Vereadores aprovam de uma maneira unânime, determinam que aquele é o homenageado pelo significativo e pela grandeza, para nós, Vereadores, é especial para que possamos fazer essa escolha, essa avaliação. Mas imaginem o que é para o homenageado? Eu fico tentando imaginar.

Parece-me que, quando o Sérgio Kaminski foi também homenageado por esta Casa, eu mais ou menos falei nessa linha porque são pessoas próximas, porque o Sérgio é uma pessoa querida. Eu dizia que tenho a convicção de que o Senhor, à noite, na hora de dormir, deve ter feito uma reflexão desse momento importante, do que representava isso. E deve ter olhado para o espelho retrovisor da nossa vida, olhando tudo o que aconteceu até chegar neste ato, o reconhecimento da Cidade de Porto Alegre, o reconhecimento das pessoas que aqui vivem, pelo trabalho e pelo significado que é. Claro que devemos considerar a importância da questão empresarial, a importância da empresa Mercúrio. Eu conversava agora com meu amigo Mauro que dizia que a empresa transporta tudo, da indústria para o comércio. Sabemos que é responsável pelo desenvolvimento deste Brasil, pelo crescimento deste Estado, e, sem dúvida, é responsável pelo crescimento da nossa Cidade, da nossa Porto Alegre.

Eu quero rapidamente, pelo PMDB, em meu nome e em nome da Ver.ª Clênia Maranhão, cumprimentar o Ver. João Carlos Nedel pela iniciativa, pela grandeza da homenagem, mas, em especial, ao Senhor, Hermenegildo, porque tudo isso deve ter um significado extremamente importante para o homenageado. Tudo aquilo que foi, com dificuldade, construído; tudo aquilo que, de uma maneira árdua, foi conseguido; tem hoje o reconhecimento de seus amigos, principalmente de sua família, mas um reconhecimento de gratidão, bem maior, da Cidade de Porto Alegre.

A Cidade de Porto Alegre, através de seus Vereadores, teve a capacidade e a competência de escolher um homenageado que mostra com exatidão a grandeza da homenagem. Parabéns. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Dib): Eu sempre afirmo que a vida é feita de momentos e um momento feliz vale uma vida. O nosso homenageado Hermenegildo, o Hermes, e a sua esposa Dona Dulce, seus seis filhos, seus nove netos estão vivendo, sem dúvida nenhuma, junto com seus amigos, um momento feliz e esse momento feliz há de ficar profundamente marcado na nossa vida e na vida dos nossos homenageados.

 Ninguém é homenageado sozinho, a Dona Dulce também está sendo homenageada neste momento; dentro de alguns dias eles farão 52 anos de casados, o que é uma coisa também muito bonita. Então, em homenagem ao nosso Hermes vamos mostrar um vídeo sobre a vida desta figura extraordinária.

 

(Assiste-se ao vídeo em homenagem ao Sr. Hermenegildo Fração.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Dib): A homenagem ao nosso querido Hermes, por certo, deixa a todos sensibilizados. A mitologia greco-romana confunde ou funde o Hermes a Mercúrio. Mas o Hermes é mais do que a Mercúrio. O Hermes é uma criatura humana que é amiga de todos.

Convido o Ver. João Carlos Nedel para, juntamente com o Sr. José Carlos Felizberto, representante de S. Ex.ª o Prefeito, a procederem à entrega da Medalha e do Título.

(É feita a entrega da Medalha e do Diploma.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Dib): O Sr. Hermenegildo Fração está com a palavra.

 

O SR. HERMENEGILDO FRAÇÃO: Antes de iniciar o meu pronunciamento, vou ler o Diploma. (Lê.)

“O Prefeito Municipal de Porto Alegre, de acordo com o que estabelecem a Lei nº 1.534, de 22 de dezembro de 1955; a Lei n° 1.969, de 23 de julho de 1959, e nos termos da Lei nº 8.565, de 20 de julho de 2000, confere o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Hermenegildo Fração por relevantes serviços prestados à comunidade. Paço dos Açorianos, 17 de outubro de 2000; assinado Raul Pont, Prefeito.” Muito obrigado. (Palmas.)

Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Meus amigos e colegas das diversas Associações e Entidades das quais tenho a honra de participar, como:

1.      Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas do Rio Grande do Sul – ADCE.

2.      Rotary Clube de Porto Alegre São João.

3.      Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviário de Cargas do RGS.

4.      Associação Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas

5.      Associação Brasileira de Transportadores Internacionais.

6.      Federação das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas do RGS.

7.      Associação Comercial de Porto Alegre e Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Sul.

8.      Amigos do Centro de Recuperação de Excepcionais de Porto Alegre – CEREPAL – e do Amparo Santa Cruz.

Meus companheiros de Conselho de Administração, de Diretoria e Acionistas da Expresso Mercúrio, e Funcionários componentes da grande família Mercuriana, aqui presentes.

Meus queridos filhos, noras, genros e netos. Minha querida esposa e companheira Dulce. Profissionais da Imprensa. Senhores e Senhoras.

Meu pai, Frederico, nasceu no navio, que trazia imigrantes italianos para o Brasil, já em águas brasileiras. Minha mãe, Rosa Damião Fração, nasceu em Barbacena, Minas Gerais. Casaram-se em Jaguari, em 1912.

Nasci à 12 de abril de 1928, no interior de Jaguari, Distrito de Caixa D’Água, sendo o oitavo filho de uma família de doze irmãos, nove homens e três mulheres. Meus pais e irmãos, até julho de 1935, cultivavam fumo, milho e arroz, em Caixa D’Água.

Com seis anos de idade iniciava meus estudos numa escola municipal, cujo professor, Gildo Giacomelli, educava a gurisada na base da palmatória ou da régua, como se dizia. Algumas vezes, eu levava a janta para o meu irmão Ângelo, já falecido, que cuidava de um locomóvel “Lanz” na barranca do Rio Jaguari para aguar a lavoura de arroz a dois quilômetros de distância da casa.

No início de 1935, meu querido pai vendeu a propriedade de Caixa D’Água e comprou uma chácara nos arredores de Santa Maria.

Em 05 de agosto de 1935, meus progenitores, acompanhados por oito dos onze filhos, tomaram o trem com parte da pequena mudança e mudaram-se para Santa Maria. Uma semana após chegava em Santa Maria os outros dois irmãos, que fizeram o percurso em uma carroça de quatro rodas com o resto da mudança. Em Santa Maria, a família continuava o cultivo de arroz e, para melhorar a renda, montou uma pequena olaria movida por um cavalo.

Como a chácara dispunha de um bom galpão e cercados para os animais, foi criado ali um ponto onde os colonos costumavam pernoitar com suas carroças ou carretas, para que, cedo, pudessem percorrer a Cidade vendendo seus produtos.

Eu, ainda pequeno, passei a estudar no Patronato Agrícola Antônio Alves Ramos, bem próximo à chácara de meus pais. Desde guri, sempre gostei de deitar e levantar cedo. No Patronato, ao mesmo tempo em que estudava, aprendia a profissão de tipógrafo e linotipista, vindo, mais tarde, a exercer essa profissão na Livraria e Editora Pallotti, sendo que, em 1946, imprimi o “Guia Geral da Cidade de Santa Maria”.

Com a morte prematura de meu pai, em 26 de junho de 1946, ao final da Segunda Guerra Mundial, abandonei a profissão de tipógrafo e linotipista e passei a dirigir caminhões da família, transportando safras agrícolas, cal, tijolos, areia, etc.

A partir de 1947, passei a transportar as mais variadas cargas, contratadas pelos irmãos e também como freteiro da empresa Expresso Mercúrio, entre Porto Alegre e Santa Maria. Mais tarde, transportei cargas de lã, charque e arroz, entre o Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro.

Em 13 de setembro de 1949, eu e meus irmãos, Orlando, Hermindo e Maximiliano, aqui presente, já possuidores de sete caminhões, adquirimos a Expresso Mercúrio Ltda., fundada em 1946 por Wild Schnkel e Geraldo Bortoluzzi. Anos depois entraram na sociedade os irmãos Vitório e Armindo, ambos já falecidos.

A partir de 1954, parei de dirigir caminhões para ajudar na administração da empresa que crescia, fruto de muito trabalho exercido com amor.

Em 18 de novembro de 1948, Dulce e eu nos casamos na Igreja São José, em Santa Maria, de cujo feliz casamento nasceram seis filhos já citados e que já nos deram nove lindos netos e netas, quase todos aqui presentes.

Durante os mais de quarenta anos, que vivi em Santa Maria, sempre participei ativamente de movimentos e obras sociais dando testemunho da fé que herdei de meus saudosos pais, no movimento dos fransciscanos, na construção do Lar das Vovozinhas; na construção da Igreja Nossa Senhora de Fátima, na construção do Santuário de Nossa Senhora Medianeira.

Em 28 de novembro de 1967, falecia em trágico acidente rodoviário meu irmão Orlando e seu filho Roberto, quando retornavam de um atendimento a um motorista que havia tombado o seu caminhão, próximo a Cruz Alta, e que encontrava-se hospitalizado. No final de 1967, após a morte do Orlando, então Diretor-Gerente do Expresso Mercúrio, eu, mesmo sendo um dos mais jovens dos irmãos, fui escolhido para sucedê-lo no cargo de Gerente da empresa, cargo que exerci até abril de 1998 como Diretor-Presidente.

Em 12 de fevereiro de 1976, após a transferência da matriz da Mercúrio para Porto Alegre, para o novo terminal da Av. Sertório, minha família e eu nos mudamos para a Capital gaúcha, cidade que nos recebeu com muito carinho e que eu e minha esposa aprendemos a amar.

Assim que aqui cheguei, comecei a freqüentar o Rotary São João, no qual fui admitido ainda em 1976. No mesmo ano, a convite do Antônio Damico, fiz um encontro do Cursilho da Cristandade e, em 15 de setembro de 1978, participei do Primeiro Encontro de Reflexão da ADCE, encontros esses que muito influenciaram na minha formação cristã.

Na Presidência do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Carga do Rio Grande do Sul, de 1984 a 1987, contribui decisivamente para a implantação do Porto Seco de Porto Alegre.

Nos anos seguintes, fruto de relacionamento com a comunidade porto-alegrense e nacional, fui sendo convidado a participar de diversas associações de classe, assim como entidades filantrópicas. Em toda a minha vida sempre procurei dar o bom exemplo como cidadão brasileiro, empresário e cristão, agindo com respeito a Deus, fé em Nossa Senhora Medianeira, humildade, respeito e valorização do ser humano, fazendo de tudo para tentar amenizar o sofrimento dos mais necessitados, neste mundo tão marcado pelo egoísmo e pela miséria.

Neste momento, quero confessar que a minha vivência no Cursilho da Cristandade e, principalmente, na ADCE, contribuíram de forma decisiva na implantação dos princípios da doutrina social cristã na Mercúrio, passando a distribuir parte do resultado de nossa empresa aos nossos funcionários que, com o seu trabalho e dedicação, ajudaram a gerar resultados.

O Expresso Mercúrio emprega, atualmente, em torno de mil funcionários em Porto Alegre e mais de quatro mil em todo o Brasil, tendo conseguido pagar rigorosamente em dia todos os encargos sociais e tributos, salário nem se fala.

Pois tem sido justamente a valorização da pessoa humana, na Mercúrio, um dos principais fatores de nosso sucesso.

Em nossa empresa existe um hábito de fazermos uma oração antes do início das principais reuniões e encontros.

Confesso, no entanto, que nunca imaginei ser merecedor desta distinção outorgada pela Câmara Municipal de Porto Alegre, por unanimidade. Devo dizer que a recebo com humildade e muita emoção.

Quero dividir esta comenda com meus familiares, irmãos e amigos, e prometo continuar fazendo de tudo para honrar este Título.

Antes de encerrar, quero pedir desculpas, talvez, por haver esquecido de citar o nome de algumas pessoas que, ao longo de minha vida, me ajudaram de uma ou de outra forma, e foram muitas.

Agradeço, em meu nome e de minha família, a todos os meus amigos e amigas que participaram desta Sessão Solene, e que muito nos honram.

Um agradecimento especial ao nobre Ver. João Carlos Nedel por haver indicado o meu nome para receber esta importante distinção, assim como aos demais Vereadores aqui presentes e aos funcionários desta Casa. Finalmente, agradeço a Deus Todo Poderoso e a N. Sr.ª Medianeira pelas graças recebidas ao longo de minha vida.

Peço licença para encerrar com uma oração, pedindo a Deus que ilumine os homens para que a paz e o perdão consigam reduzir a violência que está dominando o mundo e também o nosso querido Brasil. É uma oração que muitos conhecem, mas que sempre deveria ser lembrada é a Oração de São Francisco:

“Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz; onde houver ódio, que eu leve o amor; onde houver discórdia, que eu leve a união; onde houver ofensa, que eu leve o perdão; onde houver dúvida, que eu leve a fé; onde houver desespero, que eu leve a esperança; onde houver tristeza, que eu leve a alegria; onde houver trevas, que eu leve a luz. Mestre, fazei que eu procure mais consolar do que ser consolado, mais compreender que ser compreendido, mais amar que ser amado, pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, é morrendo que se vive para a vida eterna.” Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Dib): Chegamos ao término desta belíssima Sessão Solene em que o nosso novo Cidadão de Porto Alegre, Hermenegildo Fração, fez o seu pronunciamento e não esqueceu uma das coisas mais ansiadas neste mundo tenso em que nós vivemos: a paz.

Solicito que todos, de pé, ouçam o Hino Rio-Grandense. Após o encerramento, o nosso homenageado e seus familiares estão oferecendo um coquetel na Avenida Cultural Clébio Sória, em frente do nosso Plenário, e esperamos que todos compareçam. Saúde e paz.

 

(Executa-se o Hino Rio-Grandense.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Dib): Agradecendo a presença de todos, damos por encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 20h38min.)

 

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